Nas crises graves, principalmente quando o governo ou a organização envolvida não tem explicações convincentes para dar, é muito comum culpar a mídia pelo agravamento da crise. Realmente, se não houver uma boa comunicação de crise, a mídia pode tornar a crise muito pior.

Segundo a consultora de comunicação de crise, Karen Friedman, dos EUA, "enquanto culpar a mídia pode ser um passatempo popular, não vamos ignorar o problema real, que é a atitude, não deles, mas a sua. Independentemente das deficiências da mídia, a mídia não cria a sua crise. Ela simplesmente a relata. Para muitos, isso pode ser considerado sinônimo. Afinal, se eles não relatassem os problemas dos outros, fatos incorretos, comentários negativos ou boatos, a credibilidade não seria afetada."

Se a organização consegue explicar o que aconteceu e, principalmente, mostrar que está fazendo o possível para amenizar os problemas causados pelo fato negativo, a imprensa vai entender e divulgar isso. Tenta mitigar a crise com evasivas, não resolverá o problema.

Exemplo típico desse comportamento tem acontecido com o ex-presidente Lula. Quando a revista Época publicou reportagem sobre viagens e palestras, em aviões de empreiteiras, com cachês pagos pelas mesmas empresas, ele negou que isso fosse "lobby", classificando como "consultoria". Agora, a Operação Lava Jato constatou que o Instituto Lula recebeu R$ 3 milhões por conta dessas consultorias, de empresas investigadas na Operação.

Após sair do governo, Lula se tornou "caixeiro viajante" de construtoras, para vender projetos para países, principalmente da África, com financiamento do BNDES. Essa relação promíscua entre um ex-presidente que continua dando palpite diário para sua afilhada na presidência e empreiteiras, no mínimo tem que ser investigada e não adianta culpar a "mídia golpista" por suspeitar dessas viagens e de cachês milionários. A mídia vai continuar investigando e questionando. A Lula resta a única alternativa de explicar. Veja o que a especialista em comunicação corporativa, Karen Friedman, diz sobre o tema, em artigo neste site.

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