criseA revista IR Magazine, destinada a executivos de economia e  finanças, publicou, no início de agosto, interessante pesquisa feita com 800 executivos de relações com o mercado. 35% das empresas pesquisadas, a maioria grandes corporações, tinham sofrido algum tipo de crise nos últimos cinco anos. Segundo Wiley Brooks, que comentou a pesquisa no seu Blog, a ideia de que realmente as coisas ruins acontecem com os outros é claramente pouco verdadeira.

A pesquisa trouxe alguns dados interessantes sobre gerenciamento de crises. Quando perguntados sobre qual a prioridade deles numa crise, seria normal esperar dos analistas de investimentos que a resposta fosse o risco de queda no valor das ações. Mas não. 68% dos pesquisados responderam que sua prioridade era a reputação da organização. Para apenas 17%, o valor das ações seria a prioridade e 15% preferiram indicar a retenção dos acionistas.

A pesquisa integra levantamento feito duas vezes ao ano com executivos de relações com o mercado de grandes companhias do mundo. A preocupação com a reputação faz sentido. A Economist Intelligence, instituto da revista The Economist, já havia constatado que 65% do valor de mercado das empresas está relacionado com o ativo intangível, ou seja, um arranhão na reputação pode fazer um estrago fatal no valor de mercado das organizações.

A gama de problemas da crise citados pelos entrevistados foi bastante ampla e quase nenhuma organização topou com o mesmo tipo de crise. É um dado interessante que chama a atenção sobre a importância das ações de prevenção.

As grandes empresas tendem a estar mais preparadas. Cerca de 69% têm um plano de crise formal, um índice realmente alto. Outro fato interessante é que aquelas que foram bem preparadas eram atualmente as menos propensas a ter uma crise grave. Segundo Wiley Brooks, provavelmente os dirigentes foram capazes de identificar o problema mais rapidamente e tomar medidas rápidas para resolvê-lo.

Planejamento de crise requer um compromisso da cúpula da organização. Nos treinamentos realizados sobre Gestão de Crises, uma das principais queixas do público da área de comunicação é a falta de engajamento do board da organização com as questões relativas à Gestão de Crises. Os gestores, principalmente do primeiro escalão, além de terem a presunção de que dominam o tema Gerenciamento de Crises, julgam o treinamento importante apenas para a equipe de comunicação. Como se fosse ela, e não os administradores da empresa, quem devesse conduzir a gestão da crise.

Algumas empresas confiam inteiramente nos recursos internos para criar um plano de crise, mas a maioria costuma contratar um consultor para ajudar. Segundo Wiley Brooks, consultores externos podem oferecer uma perspectiva de ampla ajuda que pode ser bastante valiosa. Além disso, o que pode lhes faltar em conhecimento do cliente, podem suprir pelo conhecimento de como se preparar e como administrar uma crise.

A pesquisa com os analistas de mercado também apurou quais as crises mais significantes dos últimos cinco anos. 28% responderam a crise econômica mundial; 17% problemas gerais nos negócios. Portanto, 35% das empresas tiveram crises na área econômica. 7% apontaram desastres naturais e provocados pelo homem; 7% prejuízos por não atingimento de metas; e 7% problemas financeiros gerais. Abaixo de 5% aparecem crises menos intensas: aquisição hostil ou fusões; saída de administradores; investigação regulatória/reprimenda; ativismo de acionistas e problemas contábeis.

Entre tantos dados interessantes colhidos pela pesquisa, destaca-se a pergunta feita àqueles que tiveram crises para apontarem o que aprenderam da experiência. Neste item, o que apareceu como as dez mais importantes lições pós-crise, com a maioria citada no topo da lista:

        1. Seja comunicativo, comunique-se;

        2. Seja rápido;

        3. Seja transparente;

        4. Seja honesto, não minta ou engane ninguém;

        5. Esteja preparado;

        6. Seja consistente;

       7. Seja conservador (entende-se aqui o conservadorismo de precaução, não tentar ser avançado demais);

       8. Seja claro no que você diz ou faz;

       9. Seja visível (evite se esconder);

       10. Seja coerente.

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