Laboratório de crises expõe os deslizes na saúde do Rio
A denúncia contra o laboratório PCS Lab Saleme, do Rio de Janeiro, por ter liberado órgãos a serem transplantados, com o vírus do HIV, é apenas parte da série de irregularidades que permeia aquela empresa e a própria saúde no Rio de Janeiro, há bastante tempo.
Leia mais...“No meu modo de ver, digo que o custo de uma vida humana não tem preço, ponto final, disse Andrew Cuomo, governador do Estado de Nova York, em 2020, quando pressionado pelas lideranças econômicas do estado, ou por empresários, de um lado, e pelos infectologistas e pessoal da Saúde, de outro.
“Enquanto tentavam desacelerar a disseminação da Covid-19 em 2020, os políticos tomaram medidas sem precedentes em termos de escala e escopo.” Imagens que vinham da Itália, com UTIs lotadas, comboio de caminhões carregando caixões das vítimas fatais da Covid e governos provinciais sem saber o que fazer, mostravam que não havia um consenso para essa crise.
A CPI instalada no Senado há pouco mais de um mês foi criada para apurar como o governo federal conduziu a gestão da pandemia. Na medida em que os trabalhos dessa Comissão avançam, revelando aos poucos como o ministério da Saúde errou ao desdenhar de ofertas de vacinas no ano passado, começam a aparecer testemunhas que, provavelmente, chegam com o intuito mais de confundir do que esclarecer. Uma delas teve seu protagonismo nesta semana.
Se há uma coisa que o período da pandemia agravou foi a credibilidade e o poder das redes sociais, colocando em xeque informações não comprovadas. Desde o início de 2020, pesquisas apontavam que o aumento das fake news, principalmente as relacionadas à Covid-19, levou leitores e usuários das redes a procurarem outras fontes, não confiando em muito do que era publicado nas mídias sociais. Como se sabe, as redes sociais emergiram como uma poderosa ferramenta para a expressão e o engajamento político. Daí o perigo de se transformarem em instrumento de distorção da verdade e até de mais um instrumento político para, deliberadamente, enganar os eleitores.
A última semana de maio foi palco de alguns eventos negativos que representam crises graves. Neles, ficou patente como as empresas que não levam a sério a prevenção de acidentes e não têm uma cultura, nem uma área de gestão de riscos, acabam envolvidas por eventos graves, causando a morte e ferimentos em muitas pessoas.
“Não importa o quão bons sejam seus sistemas de gestão de risco, as empresas não podem planejar para tudo. Alguns riscos estão fora da esfera de experiência das pessoas ou tão remotos que ninguém poderia imaginá-los. Alguns resultam de uma tempestade perfeita de quebras coincidentes e alguns se materializam muito rapidamente e em escala enorme. Esses novos riscos, como os autores os chamam, não podem ser tratados seguindo um manual padrão.”
Problema elétrico do Boeing 737 MAX afeta alguns aviões do modelo e a crise da Boeing com esse avião parece não ter fim.
Algumas crises começam, duram algum tempo e não terminam rapidamente. Quando envolvem uma marca, por mais forte que seja, acaba produzindo um desgaste difícil de reparar, no futuro. De certa forma, são crises intermináveis. É o que está acontecendo com a Boeing, em função do labirinto em que entrou o modelo 737 MAX, lançado como a grande esperança da empresa para reverter perdas nos últimos anos. Poucos meses depois de retornar aos céus, o problemático jato da Boeing enfrenta outro revés.