Laboratório de crises expõe os deslizes na saúde do Rio
A denúncia contra o laboratório PCS Lab Saleme, do Rio de Janeiro, por ter liberado órgãos a serem transplantados, com o vírus do HIV, é apenas parte da série de irregularidades que permeia aquela empresa e a própria saúde no Rio de Janeiro, há bastante tempo.
Leia mais...As crises fazem parte da natureza das organizações. A rigor, existem dois tipos de empresas: as que tiveram crise. E as que vão ter. São ameaças ou erros de gestão que custam muito caro, quando mal administrados. O Campeonato Brasileiro de Futebol expôs com toda a crueza essa realidade. Com os clubes de futebol (empresas) não é muito diferente. É só observar o que aconteceu nos últimos dois ou três anos com equipes tradicionais do futebol brasileiro, como Cruzeiro, Botafogo, Vasco, apenas para citar três grandes clubes do Brasil, que já venceram campeonatos nacionais e internacionais. Onde está a tradicional Portuguesa, que já foi finalista do Campeonato Brasileiro? Um clube de futebol nos tempos atuais é uma empresa, sujeita à ameaças, mas também oportunidades que o mercado da bola oferece.
No último dia 5 (sexta-feira), o festival de música Astroworld, promovido pelo rapper Travis Scott, em Houston, Texas (EUA) foi palco de uma grande tragédia: dez pessoas morreram e centenas ficaram feridas na multidão presente ao show. Havia tanta gente (50 mil pessoas) que o público sequer conseguia se mexer por vontade própria. Foi o primeiro grande evento dos Estados Unidos, após a pandemia. E atribui-se a tragédia à falta de prevenção e falhas na fiscalização, que permitiu as pessoas se aglomerarem sem ordem e sem controle.
Como seriam nossas vidas futuras de trabalho, passado o medo da pandemia e a necessidade de retomar as atividades normais. As discussões entre os jornalistas e especialistas em trabalho e em saúde certamente levam em conta o que os CEOs das empresas estão admitindo, quando a pandemia reduz a ameaça e já permite reuniões de várias pessoas. Esse o tema de reportagem publicada em 12 de novembro último, no New York Times: What Bosses really think about the future of the Office.
Em agosto de 2021, a revista americana The Atlantic publicou artigo denso da escritora e jornalista Anne Applebaum, sobre a cultura do cancelamento, um fenômeno que talvez seja um subproduto da Internet e das redes sociais, misturado com correntes de pensamento duma era de polarização de opiniões e da falta de perspectiva política em muitas democracias. De um lado, as pessoas perderam o escrúpulo de julgar os outros, não importa o ângulo que possa ser analisado e, de outro, os "novos tempos" não admitem mais certas ideias e costumes que há poucos anos passavam batidos, admitidos como naturais.
Em maio deste ano, um ataque de ‘ransomware’ à empresa Colonial Pipeline criou uma crise em cadeia, nos Estados Unidos. Para a empresa e a economia da região, principalmente para a costa leste do país. A Colonial é a maior empresa de oleoduto dos EUA. O colapso cibernético, na época, também significou uma séria ameaça ao abastecimento de combustível da costa Leste americana. O ataque a uma empresa estratégica na indústria energética suscita várias lições importantes para líderes empresariais, sobre como responder e gerenciar situações desse tipo de crise.
Em tempos de pandemia, as empresas podem se perder nas ações de comunicação. Elas estão tão desconfortáveis nesse cenário inusitado e imprevisível, que desdenham do principal instrumento para manter a fidelidade e a confiança dos stakeholders e voltar ao mercado com a reputação preservada. É certo que as empresas que não souberam se comunicar durante a pandemia, esqueceram os clientes, nos momentos mais cruciais da crise, dificilmente conseguirão ter uma relação amistosa ou fiel, quando o ‘novo normal’ voltar.