internetO jornal Valor Econômico publicou matéria,em 13/09, sobre os perigos do mundo virtual, como nova ameaça às empresas modernas. A reportagem comenta dois livros: o primeiro, do americano Hugh Hewitt, um dos maiores blogueiros americanos, Blog – entenda a revolução que vai mudar seu mundo e outro de Polyana Ferrari, Hipertexto, Hipermídia – As novas ferramentas da comunicação digital. 

A nova praga que poderia se chamar “tempestade de opinião” pode colocar a empresa na berlinda de uma hora para outra. A Internet permitiu que qualquer pessoa de qualquer lugar possa produzir informação. Basta um cliente ou fornecedor insatisfeito, ou até mesmo um boato não explicado, e o estrago está feito. 

No resumo de notícias diário, os executivos estão acostumados com a opinião de jornais, tv, rádios, mas, diz o autor americano: “se a sua empresa envia a você um resumo diário de noticias sem a opinião dos principais blogs do país, há algo errado”. O conceito de notícia de alguns anos atrás, portanto, precisa ser revisto. 

Por isso, a diretoria e os acionistas também devem estar preocupados com o potencial da rede virtual para fazer um estrago na empresa. Ou seja, a área de comunicação representa um risco para as organizações. “Se desmentir uma notícia, há alguns anos, já era difícil mesmo com a publicação de uma carta ou de um anúncio, hoje é praticamente impossível”, diz Jorge Félix, autor do artigo.

A Internet tem estimulado o chamado “jornalismo cidadão”, atividade independente da mídia tradicional, mas que muitas vezes incorre em exageros. As páginas “eu odeio...” proliferam na Internet e em orkuts. Por estarem abertas para a opinião de qualquer pessoa, o risco para empresas, executivos, políticos é muito grande. Conteúdos apelativos, reclamações pessoais, que viram protestos coletivos, ataques pessoais a executivos ou corporações, tudo pode fazer parte do cardápio virtual. Consumidor insatisfeito não tem limites para extravazar mágoas e ressentimentos. 

As empresas de prevenção de crise estão alertando as grandes corporações, políticos e governantes para a importância de monitorar blogs, orkuts e páginas da Internet. Hewitt afirma que os executivos costumam receber e respeitar diretores de redação ou jornalistas importantes. Mas o grande cargo do futuro será o de diretor de verificação, aquele que aprova a notícia enviada pelo consumidor.  Essa notícia passará por uma checagem rápida e em seguida vai para o ar. O filtro, portanto, será cada vez mais tênue e impessoal. 

O autor apregoa que esse jornalismo se confronta com a grande mídia ou tenderá a complementá-la “ou empresarialmente associar-se a ela” com valores diferentes. As empresas precisam dominar esse novo ambiente, um tipo de atividade que poderia ser chamado de “jornalismo de multidão”, porque incontrolável, algo, como  próximo do terrorismo, segundo o autor. 

Assim como as grandes multinacionais estão usando a propaganda chamada viral para difundir ou fazer lançamentos de novos produtos, precisam estar atentas ao novo tipo de jornalismo que surge na blogosfera, aquele que pode colocar a empresa numa situação constrangedora com extrema rapidez e eficiência. Uma notícia virtual ignorada ou mal explicada pode acarretar vultoso prejuízo à empresa. Por isso, mais do que nunca a prevenção da crise passa também pelo monitoramento cuidadoso de todos os tentáculos da Internet. Para alguns pode ser paranóia, mas para outros apenas mais uma precaução. 

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