policia_de_londresLondres, uma metrópole com mais de 10 milhões de pessoas, registrou,  no ano fiscal março 2011 a abril 2012, apenas 103 assassinatos, o menor índice em 43 anos, segundo relatório da Polícia Metropolitana divulgado neste sábado.

Esse número caiu pela metade em relação ao registrado dez anos atrás e faz inveja a outras grandes cidades do mundo, como São Paulo, Rio de Janeiro, México e Nova York.

O Reino Unido como um todo também teve queda acentuada no número de assassinatos nos últimos anos, mas numa velocidade menor do que Londres: cerca de 600 assassinatos por ano, para um país que já registrou mais de 1.000. Para se ter uma idéia do que representam os números de Londres, a cidade de Nova York, com número de habitantes praticamente igual, recentemente comemorou a redução para 515 assassinatos em um ano. Durante anos, Londres teve média acima de 200 assassinatos por ano. O recorde foi 2003-4, com 211 homicídios. O trabalho dos últimos anos foi para reduzir esse índice.

A que atribuir esse sucesso? Simples. Segundo Boris Johnson, Prefeito de Londres, deve-se ao treinamento intensivo da polícia de Londres, para evitar assassinatos e crimes comuns; ao policiamento intensivo, com policiais bem pagos; rigor na repressão ao uso de armas de fogo e captura e punição aos culpados. É comum acusados de homicídio pegarem 30 anos de cadeia. Mas, na linha do que aconteceu em Nova York, na gestão do Prefeito Rudolph Giuliani, no Reino Unido os pequenos crimes são punidos com severidade. Não há complacência pelo fato de o criminoso ser menor de idade. Uma criança de 10 ou 11 anos pode ser presa e condenada, como aconteceu recentemente num caso de assassinato.

A imprensa britânica destacou nesta semana a prisão da filha de um milionário, que foi identificada nos distúrbios ocorridos no ano passado, quando jovens invadiram lojas e incendiaram prédios e carros. A polícia usou até redes sociais para identificar os arruaceiros e colaboradores. Qual o crime da jovem? Ter dado carona para baderneiros, apenas isso. Ela não participou diretamente das arruaças.  Em um ano, eles foram identificados e agora estão sendo processados.

A acusada vai presa e, se condenada, poderá cumprir anos na cadeia. “Londres é uma cidade segura” garantem as autoridades. “Mas não podemos ser complacentes”, porque assaltos a residências, estupro e crimes com faca têm crescido nos últimos três anos, ao mesmo tempo em que a força de segurança foi cortada em 1.700 policiais. No Brasil, um triste recorde. O país teve média anual, nos últimos 30 anos, de 36,3 mil homicídios, número superior a de muitos países que viveram conflitos sangrentos, como Afeganistão, Chechênia ou Angola.

Reportagem da agência France Presse, no início de março, mostrou que o Brasil é o país com maior índice de homicídios dolosos do continente americano, à frente de Colômbia, México e Estados Unidos. Os dados são do Observatório de Segurança da OEA em seu relatório sobre o crime no hemisfério. O órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA) destaca que em toda a região ocorreram 154.836 homicídios em 2010, com média diária de 424 registros ou 17 a cada hora. Deste total, 75% foram cometidos com armas de fogo.

Em 2010, a ONU divulgou relatório que apontava o Brasil como o país com o maior número de homicídios no mundo. Nem o México, que vive uma guerra particular, centralizada em disputas entre grupos de traficantes, que agem com violência contra a população civil, conseguiu superar o Brasil. 

O Brasil lidera os casos de homicídio doloso, com 40.974 assassinatos em 2010 (últimos dados disponíveis) para uma população de 190 milhões de habitantes. Ou seja, a média é de 215 assassinatos por milhão de habitantes. Para efeito de comparação, embora em ano diferente, na Inglaterra e País de Gales, a média é de 13,5 homicídios por milhão de habitantes no período 2006-2008; a Escócia tem média de 21,4 homicídios; a Irlanda do Norte, 15,2 e a Áustria – o menor índice de homicídios da Europa – apresenta taxa de 6,1 casos por milhão.

Os EUA registram 45,9 homicídios por milhão, índice considerado alto para um país desenvolvido. No Brasil, os números são assustadores. Em segundo lugar, no Continente, aparece a Colômbia, com 29.324 homicídios para uma população de 46 milhões de habitantes; seguida por México, com 20.585 entre 112 milhões, e Estados Unidos, com 14.159 assassinatos para uma população de 308 milhões.

Entre os estados brasileiros mais violentos aparecem Alagoas e Pará. Embora sejam dados chocantes, a boa notícia, pelo menos, é que o Brasil estabilizou as taxas de homicídio e conseguiu conter a espiral de violência em Estados como São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro (onde, entre 2000 e 2010, o número de homicídios caiu respectivamente 63,2%, 20,2% e 42,9%).


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