
TENTAR, EU TENTEI Uma crônica para Luis Fernando Verissimo
Hayton Rocha*
O noticiário estampou em letras frias: Luis Fernando Verissimo, 88 anos, o maior cronista brasileiro vivo — e talvez também o maior entre os mortos, ouso dizer — estava internado no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. O boletim médico foi curto: “estado grave, recebendo todas as medidas de suporte necessárias”. Em outras palavras: a medicina joga tudo o que sabe contra o tempo, mas o tempo não costuma perder tempo.
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O Brasil é um país realmente incrível. Quando todo mundo deveria aplaudir a diretoria da Infraero por tomar uma atitude que demorou muito tempo para ser tomada, os padrinhos dos apadrinhados fazem muxoxo e vão chorar suas mágoas no Planalto.
A recente discussão entre o presidente do STF e o ministro Joaquim Barbosa não teria tanta repercussão, se tivesse acontecido há 20 anos, quando a mídia eletrônica era incipiente. O poder de disseminação das imagens por meio da TV e dos sites eletrônicos maximizou o acalorado confronto. A ponto de as torcidas e até a mídia se dividirem a favor do presidente do STF ou do ministro Joaquim Barbosa.
O mundo virtual não poupa ninguém. Domino’s, a maior cadeia americana de pizza, enfrenta desde segunda-feira, 13, uma grave crise, quando dois empregados da empresa, em Conover, Carolina do Norte, jogaram na internet cenas grotescas, enquanto eles preparavam alimentos para serem servidos.
A polêmica entrevista concedida à Folha de S. Paulo pelo ex-dirigente do grupo Var-Palmares, Antonio Roberto Espinosa, que combateu a ditadura nos anos 60 e 70, rendeu desmentido da fonte e cobranças do Ombudsman do jornal. Na entrevista, o ex-militante teria admitido que o grupo planejou o sequestro do então ministro da Fazenda Delfim Netto. A ministra Dilma Rousseff participou desse grupo e, segundo a matéria, tomou conhecimento dos planos do sequestro, embora não tivesse missão diretiva no grupo.
É impressionante como algumas figuras públicas fazem uma força danada para estar nas manchetes negativas. E depois se queixam dos jornalistas. Jogador de futebol, então, é uma categoria que vez ou outra sai do caderno de esportes e pula para as páginas policiais. Depois de Ronaldo e os travestis, de Robinho acusado e absolvido de estupro, agora é o Adriano, vulgo imperador, que continua pregando algumas. Na Copa do Mundo, após a derrota do Brasil para a França, foi flagrado junto com alguns colegas “comemorando” numa boate da Alemanha. Ultimamente as notícias sobre o jogador estão mais ligadas à noite do que aos gramados.
Os últimos dias foram pródigos em crises de todos os matizes no Brasil. Não se trata da crise econômica. Essa não sai da pauta. Mas crises que ameaçam reputações. Denúncias envolvem o Congresso Nacional. Operações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal enquadraram uma empreiteira e a maior loja de artigos de luxo de S. Paulo.









