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O Colégio Santana, localizado na zona norte de São Paulo, inaugura dia 20 de setembro (terça-feira) um marco alusivo à primeira transmissão de rádio do mundo. Essa nova iniciativa no País vai rememorar e imortalizar o nome do padre-cientista Roberto Landell de Moura, inventor brasileiro do rádio e pioneiro das telecomunicações, ainda ignorado oficialmente pela História do Brasil.

Como mostram documentos históricos e reportagens da época, foi ali, no Colégio Santana, que o padre Landell (1861-1928), realizou, no final do século XIX, diversas experiências de transmissão à distância da voz humana sem fio, em uma distância aproximada de 8 km, em linha reta, até a Avenida Paulista.

O êxito dessas experiências – pioneiras no mundo na transmissão de voz – foram registradas por veículos como os jornais O Estado de S.Paulo e Jornal do Commercio e testemunhadas, inclusive, pelo cônsul britânico Percy Charles Parmenter Lupton. Padre Landell, pouco depois, patentearia suas invenções no Brasil e nos Estados Unidos, documentos cujos originais ainda estão preservados e em exposição no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Apesar de tudo o que fez, o cientista não recebeu nenhum apoio e ainda foi perseguido. É inegável, porém, o valor das suas descobertas.

O evento será no Pátio das Palmeiras, o pátio do Colégio Santana em que Padre Landell exibiu os seus inéditos aparelhos de comunicação. A programação prevê a abertura da cerimônia, às 14h, com Hino Nacional e hasteamento da bandeira. O Colégio Santana fica na rua Voluntários da Pátria 2.624, no bairro de Santana, em S. Paulo. Ao seu lado fica a Capela de Santa Cruz, onde Padre Landell foi pároco no últimos anos do século XIX.

150 anos de um visionário do tempo

Post publicado em 21/01//11

O dia 21 de janeiro de 2011 marca os 150 anos de nascimento de um dos maiores cientistas brasileiros, ignorado pela História e pela gente de seu País. Seu nome é Roberto Landell de Moura (1861-1928), nascido em Porto Alegre, padre de formação que completou os estudos em Roma, especializando-se em física e química.

Com o conhecimento teórico e a inquietude dos que estão à frente de seu tempo, transmitiu a voz humana à distância, sem fio, pela primeira vez no mundo. Foi também pioneiro ao projetar aparelhos para a transmissão de imagens (a TV) e textos (o teletipo). Previu que as ondas curtas poderiam aumentar a distância das comunicações e também utilizou-se da luz para enviar mensagens, princípio das fibras ópticas. Tudo está documentado por patentes, manuscritos, noticiário da imprensa no Brasil e no exterior e testemunhos.

As pioneiras transmissões de rádio aconteceram no final do século XIX, ligando o alto de Santana – o Colégio Santana – à emblemática Avenida Paulista, que hoje abriga diversas antenas de emissoras de rádio e de TV.

Ao transmitir a voz, Landell se diferenciou de Marconi. O cientista italiano inventou o telégrafo sem fios, ou seja, a transmissão de sinais em código Morse (conjunto de pontos e traços) e não o rádio tal como o conhecemos.

As experiências do padre Landell não sensibilizaram autoridades e nem patrocinadores. Pior: um grupo de fiéis achou que o padre “falava com o demônio” e destruiu seus aparelhos.

Mesmo tendo patenteado o rádio no Brasil (1901), Landell não obteve reconhecimento. Decidiu, então, viajar para os Estados Unidos, onde conseguiu, em 1904, três cartas patentes. De volta ao Brasil, quis fazer uma demonstração das suas invenções no Rio de Janeiro, mas, por um erro de avaliação, o Governo não lhe deu a oportunidade. Depois, ele seria “forçado” a abandonar as experimentações científicas. Morreu no ostracismo e o Brasil importou tecnologia para entrar na era das radiocomunicações!

O Brasil tem agora a oportunidade de reconhecer a obra científica de Landell e incluir os seus feitos no currículo escolar obrigatório do ensino básico. É por isso que luta o MLM – Movimento Landell de Moura, integrado por voluntários de diferentes áreas, que construiu o site Movimento Landell de Moura  para angariar assinaturas em prol desse reconhecimento. Vale registrar que o MLM não tem fins político-partidário, religiosos, financeiros ou de promoção pessoal.

Paralelamente, os Correios asseguram uma conquista: a emissão de um selo comemorativo ao sesquicentenário de nascimento de Landell. Também está em curso no Congresso Nacional a inclusão do nome do padre-cientista no Livro dos Heróis da Pátria por proposição do senador Sérgio Zambiasi.

Colaboração: Eduardo Ribeiro e Hamilton Almeida

Foto: Réplica do rádio do inventor e cientista brasileiro, Padre Landell de Moura, construído

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