
As crises graves do Brasil neste fim de ano
O Brasil se despede de 2025 com vários passivos pelo menos em três segmentos: segurança da população, junto com a saga da corrupção e dos golpes virtuais; insegurança nas estradas, principalmente nos acidentes com caminhões, que redundam em milhares de mortes todos os anos; e um aumento preocupante dos crimes de feminicídio em todo o país. São três crises que o governo, a sociedade civil, o ministério dos Transportes e o Judiciário não conseguiram resolver.
Era o que faltava para apimentar ainda mais o clima de crise do Congresso Nacional. O jornal O Estado de S. Paulo divulgou quinta-feira (9) que a Fundação José Sarney, do Maranhão, é suspeita de desviar R$ 1,3 milhão para empresas fantasmas e outras da família do Senador.
O site politico.com revelou na semana passada que o jornal Washington Post, um dos mais influentes periódicos dos EUA, organizava jantares com a presença de membros do governo Obama, Congressistas, lobistas e editores do Post pelo preço de US$ 25 mil. O patrocínio anual poderia custar US$ 250 mil. Tudo foi divulgado num folder publicitário, que dizia “tratar-se de uma oportunidade exclusiva para participar do debate sobre reforma da saúde” com as pessoas que de fato irão fazê-la.
As crises financeiras estiveram nas principais manchetes do ano passado. Relatório divulgado pelo Institute for Crisis Management-ICM, dos EUA, com análise das crises publicadas na mídia mundial, durante 2008, mostra que houve um incremento na cobertura da notícias negativas em oito das 16 categorias do ranking ICM, com destaque para crimes financeiros, ineficiência na administração e violência no local de trabalho.
A crise da Telefônica com o Speedy, a banda larga para internet no estado de São Paulo, é apenas a ponta do iceberg que envolve a privatização das teles, com um marco regulatório muito frouxo, fiscalização deficiente e falta de punição para empresas que não cumprem promessas vendidas nos pacotes para usuários incautos.
A crise econômica pode ter afetado definitivamente a confiança dos americanos na imprensa, nas grandes corporações e no governo, com uma mensagem para a mídia tipo, “quando a notícia é ruim, mate o mensageiro”. Esse é o resultado de recente pesquisa de âmbito nacional nos EUA. Somente 5% dos 568 respondentes da pesquisa têm uma grande confiança na mídia, comparado a 60% da amostra que disse ter pouca confiança e 35% alguma confiança. Só as igrejas se salvam.
Nos últimos dias muito se fala sobre blog da Petrobras criado para responder a perguntas enviadas pela imprensa e defender-se de pautas negativas, por conta da CPI no Congresso. O Fatos e Dados foi lançado no inicio do mês para “manter um canal de comunicação rápida e direta com o público, dedicado a apresentar fatos e dados recentes da Petrobras, o posicionamento da empresa sobre as questões relativas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e esclarecimentos solicitados pela imprensa”.









