O Brasil em estado de crise
Se um habitante de outro planeta pousasse no Brasil nas últimas semanas, dificilmente ele permaneceria por aqui. O Brasil tem assistido em menos de um mês eventos de extrema gravidade que se enquadram naquilo que o filósofo e sociólogo Zygmunt Bauman chamou de “estado de crise”. Se não, vejamos. O Brasil amanheceu neste 6 de agosto na antessala de uma grave crise econômica: o tarifaço de Trump. Uma decisão controversa, que nos Estados Unidos teve um objetivo econômico, mas no Brasil tomou o rumo de uma crise política. Sem entrar no mérito das bizarras alegações do presidente americano, na famosa “carta”, enviada ao governo brasileiro, o fato é que os Estados Unidos fixaram uma taxa de 50% para grande parte dos produtos exportados pelo Brasil para aquele país. Sem espaço para a negociação, o Brasil tenta buscar alternativas para minimizar os efeitos da decisão para a economia brasileira.
Leia mais...Nas ruas de Londres, 250 mil pessoas, neste sábado (26) para protestar contra o aperto financeiro da coalização do governo de Cameron. Os conservadores pegaram a tesoura e fizeram um corte no orçamento de US$ 130 bilhões, o maior, desde a II Guerra Mundial.
Se existe algo em gestão de crises onde ainda não se chegou a um consenso, é exatamente sobre a imprevisibilidade das crises. Durante muito tempo sustentou-se, no conceito de crise, que elas chegam de surpresa e por isso seriam difíceis de prevenir e, em consequência, de administrar.
A tragédia que se abateu sobre o Japão, na madrugada de 11 de março pode ser o pior e mais caro desastre natural enfrentado pelo homem no mundo moderno.O resultado de três catástrofes – o terremoto, o tusnami, seguidos do risco de um vazamento nuclear com os acidentes em Fukushima – mostra que por mais preparado que uma organização ou um país estejam para as crises, as tragédias podem superar qualquer tipo de prevenção.
No início do ano, a Justiça da Califórnia (EUA) recebeu pedidos de ações contra a empresa de alimentação Taco Bell, com alegações de publicidade fraudulenta. A publicidade apregoava a qualidade e a composição do “beef” servido no sanduíche da empresa. As ações questionavam a informação publicitária de que o “beef” da Taco Bell era 100% de carne, o que foi contestado por associações e órgãos do governo.
O Egito foi o primeiro país alvo de protestos a perceber e temer a força da internet. No auge das manifestações na Praça Tahrir, o ditador Hosni Mubarak comandou o silêncio virtual do Egito, ao determinar o corte pelo menos em 88% dos serviços de conexão do país. A intervenção do governo egípcio foi tão violenta que surpreendeu os serviços de monitoramento mundial da rede. A ação inusitada aconteceu pela primeira vez na história da web.
Nas últimas semanas ditadores e déspotas de países do Oriente Médio devem estar fazendo a mesma pergunta que o Rei Luiz XVI, da França, fez aos criados, quando a Bastilha caiu, em 1789. Conta-se que o monarca francês perguntou: “É uma revolta?” “Não, Senhor”, foi a resposta. “É uma revolução”.