A crise dos Correios repete erros do passado
O que aconteceu com os Correios? Houve época – acreditem – em que as pesquisas que apontavam as instituições de maior credibilidade do país, mostravam no topo, tradicionalmente, os bombeiros, a Igreja e os Correios. Em 2002, pesquisa da FIA/USP sobre confiança das instituições brasileiras, colocava os Correios em segundo lugar, com 93% de aprovação, atrás apenas da “família”, com 94%. Manteve essa reputação mais alguns anos, mas já enfrentando crises graves.

Os últimos dias têm sido pródigos em oferecer espetáculos de crise explícita, que vão das desculpas lacrimosas do golfista Tiger Woods, até o big brother de araque da escola americana, que vigiava os alunos, por meio de câmera instalada no lap top. Sem falar nas trapalhadas de Arruda, que cada vez afunda mais.
Não foi só o mercado automobilístico e os consumidores que ficaram chocados com a derrapada da Toyota nos recentes episódios de defeitos nos carros da montadora. Os profissionais de relações públicas ainda procuram avaliar o impacto dos erros e consequentes arranhões na imagem da empresa, principalmente pela demora do presidente e dos executivos em oferecer soluções e dar explicações convincentes durante a crise.

O presidente da Toyota, Akio Toyoda, falou sobre a crise pela primeira vez nesta sexta-feira (5), desde que o recall global foi anunciado em 21 de janeiro. Procurou tranquilizar os consumidores dizendo que “nós estamos enfrentando a crise. Peço desculpas do fundo do meu coração pelas preocupações que nós temos dado a tantos clientes. Muitos clientes estão preocupados se seus carros são seguros. A Toyota está comprometida com segurança”, disse.
O mundo corporativo está preocupado. Todos conhecem a força da marca Toyota. Construída ao longo dos anos, simboliza um conceito elevado na indústria automobilística. A empresa japonesa fabrica carros de alto nível de qualidade e segurança e desde o ano passado, apesar de se tornar a maior montadora do mundo, enredou-se num prosaico travamento do acelerador de alguns modelos americanos.