Obama choraSe a presidente Dilma se sente por vezes atacada e questionada pelos brasileiros, como deve acontecer nas manifestações deste domingo,  ou até pela oposição, seria recomendável saber o que acontece neste momento com o presidente dos Estados Unidos, na nação pretensamente mais democrática do mundo. Com Obama caminhando para o fim do mandato, a fúria do establishment republicano em direção a ele é cada vez mais perversa, com misto de raiva e destruição, segundo artigo publicado hoje (12/04) no The New York Times.

Legisladores republicanos em Washington e em todo o país têm se voltado para bloquear a agenda de Obama, além de denegri-lo pessoalmente, fato recorrente desde o dia em que assumiu o cargo em 2009. Mas, mesmo contra esse pano de fundo, e mesmo para os padrões de desânimo do discurso político de hoje, o tom de os ataques atuais é preocupante, diz o New York Times. Assim é a sua intenção evidente - para minar não apenas as políticas de Obama, mas a sua própria legitimidade como presidente.

O pior, como se não bastasse em passado recente terem questionado sua cidadania, as críticas e suspeitas sobre atos do presidente americano são menos no âmbito legal ou político; elas não escondem nas intenções e nas mensagens uma conotação flagrantemente racista, lembrando que o Obama era negro, sugerindo que ele era africano, e plantando a falsa ideia de que ele seria secretamente muçulmano. A ofensiva atual é um pouco mais sutil, mas é impossível descartar a noção de que a raça tem um papel importante nisso, ressalta o artigo do The New York Times. Ou seja, não seriam as decisões de Obama apenas que incomodam os americanos. Mas o fato de eles não engolirem até hoje um negro na presidência.

Talvez o exemplo mais escandaloso do ataque à legitimidade do presidente foi uma carta assinada por 47 senadores republicanos sobre o acordo com o Irã, dizendo que Obama não teria autoridade para concluir as negociações sobre o programa de armas nucleares com aquele país. O New York Times ironicamente lembra: “Tente imaginar a indignação dos republicanos se um grupo similar de democratas tivesse escrito para o Kremlin em 1986, dizendo ao presidente Mikhail Gorbachev (da União Soviética) que  Ronald Reagan não tinha autoridade para negociar um acordo de desarmamento nuclear na famosa reunião de inverno, em  Reykjavik. É mais ou menos isso que os republicanos querem dizer de Obama.

Talvez pelo desespero de não ter um candidato competitivo para as próximas eleições, ante o fantasma da favorita Hillary Clinton, os republicanos defendem esse tipo de ação contra Obama, acusando-o de agir como um rei e citando ações executivas que ele tomou – em matéria de imigração e poluição, entre outras coisas. A aproximação com Cuba talvez tenha sido a gota d'água. “Isso é um absurdo”, estampa o The New York Times.

Os mesmos republicanos não tinham qualquer objeção quando o presidente George Bush usou sua autoridade executiva para autorizar a tortura de suspeitos de terrorismo e grampear os telefones de cidadãos americanos.  “Não são às ordens executivas (de Obama) a que os republicanos se opõem. São as políticas de Obama, e o próprio Obama, que eles detestam!", diz o NYT.

Veja o artigo completo do The New York Times

A New Phase in Anti-Obama Attacks

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