A crise do INSS expõe a incompetência do Estado como gestor
O desvio bilionário de recursos dos aposentados, por descontos não autorizados nos salários, geridos por sindicatos, entidades associativas de aposentados, e até funcionários públicos ligados ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), é um dos maiores escândalos financeiros na área pública do país, nos últimos anos. O crime escancara a incompetência dos órgãos públicos em geral, de fazerem a gestão correta dos recursos do Tesouro Nacional. Em uma grande empresa privada, com boa governança e gestão financeira, se fato similar ocorresse, muito provavelmente o ‘compliance’ ou a diretoria de gestão de riscos teriam descoberto. Essa fraude escancara também a inépcia e irresponsabilidade dos gestores em usar mecanismos de controle, muitos nomeados sem experiência, apenas por indicações políticas e outros interesses.
Francisco Viana*
"... para mim felicidade é a morte" (Shakespeare, Otelo o mouro de Veneza)
A morte, por covarde agressão, de um turista argentino no Rio de Janeiro, em Ipanema, mostra, de maneira trágica, o quanto a violência entrou no nosso cotidiano e como pode ainda se tornar mais presente. Banalizou-se.
As cenas chocantes mostradas pela TV do assassinato de dois traficantes, por policiais, logo após a morte de uma menina de 13 anos*, por bala perdida, e o ataque ao jovem argentino** por quatro marginais escancaram uma realidade que a cada dia se aprofunda. Estamos perdendo os valores mais caros do ser humano: o respeito e o direito à vida, o autocontrole, a honestidade e até a ética.
Passada mais de semana do estouro da Operação “Carne Fraca”, da Polícia Federal, foi preciso decantar tudo que rolou nesse controvertido processo para tentar analisar o que isso tem a ver com comunicação, com gestão de crises, reputação e imagem.
Francisco Viana*
Se pudiéramos vernos al modo que nos ven los outros o al modo que nos verían se lo supieran todo, seria inevitable una reforma general. (Adam Smith, Teoría de los Sentimentos Morales).
A operação "Carne Fraca" e as denúncias da Polícia Federal sobre a venda de carne deteriorada por vários frigoríficos traz à tona uma questão ainda sem resposta: qual o grau de confiança que o consumidor, seja brasileiro ou internacional, pode ter na carne brasileira, inclusive aquela vendida pela midiática marca Friboi, de propriedade da JBS?
As empresas aéreas brasileiras, com o respaldo da Agência Nacional de Aviação-Anac e o apoio dos sindicatos e associações patronais querem que o consumidor brasileiro pague pelos prejuízos acumulados ao longo dos últimos anos. Para isso, elas estão autorizadas a cobrar por mala despachada, a partir do dia 14 de março. Sob o argumento falacioso de que esse aumento poderá ensejar redução da tarifa, a decisão está sendo contestada e questionada por várias entidades, por ferir o Código de Defesa do Consumidor.
O primeiro pronunciamento de Donald Trump ao Congresso americano, dia 28, e praticamente a primeira manifestação oficial do presidente dos EUA, após a eleição, pode ter recebido muitos aplausos. Compreensível, porque a maioria do Congresso é republicana e a cada declaração polêmica, provocadora, reacionária e, na maior parte das vezes, exagerada e até mesmo errada, os apoiadores ficavam de pé e aplaudiam. Mas a retórica populista junto com a performance televisiva de Trump não convenceram a maioria dos analistas políticos e jornalistas, principalmente dos veículos de comunicação, atacados pelo presidente nesses primeiros 40 dias.