
Feminicídio bate recorde no Brasil, diz estudo
Na sequência das análises das crises que marcam este fim de ano no Brasil, o terceiro tema aborda uma triste chaga brasileira, que precisa de forma urgente ser combatida: o feminicídio. Em 2024, o Brasil atingiu o maior número de feminicídios desde o início da tipificação do crime, em 2015. Apontou o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. No total, 1.492 mulheres foram vítimas, o que representa média de quatro mortes por dia. Ao longo do último ano, cerca de 37,5% das mulheres brasileiras foram vítimas de algum tipo de violência, percentual que, projetado em números, corresponde a um contingente de 21,4 milhões de pessoas. Os dados são da quinta edição da pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, realizada pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
A morte da apresentadora de TV, Alison Parker, de 24 anos, e do repórter fotográfico Adam Ward, de 27, durante uma transmissão de TV, ao vivo, na Virginia (EUA), nesta 4a. Feira (26), chocou o mundo da mídia e quantos abominam a violência como forma de resolver querelas pessoais ou profissionais.
A surpresa, com misto de horror, foi ainda maior quando se descobriu que o criminoso não foi nenhum fanático ou terrorista, como é comum nos EUA. Estes geralmente têm um passado psicótico, vivem obcecados pela violência e o uso de armas; ou sentem-se rejeitados. O que explica a maioria deles terem sofrido algum tipo de bullying na infância ou nas escolas; ou por se sentirem discriminados pela sociedade por razões étnicas, religiosas ou de gênero. Sem falar nos fanáticos ativistas que atacam por razões políticas ou religiosas.
O que levaria a maioria dos adolescentes que vive num país adiantado, das economias mais fortes do mundo, tecnologicamente avançado e com uma educação modelo a se considerarem infelizes? Deveria a felicidade de um adolescente ser medida por outros parâmetros? Ou felicidade, um estado que podemos sentir, mas não medir, dependeria de fatores que ainda desconhecemos?
O agravamento da crise de milhares de imigrantes em direção à Europa já é considerado o maior movimento migratório e a pior crise enfrentada pelos países europeus desde a II Guerra Mundial, há 70 anos. Grécia, Itália, Inglaterra, Alemanha e França são os países mais pressionados por levas de imigrantes, principalmente da África e Oriente Médio. Somente na Alemanha existem 450 mil pedidos de asilo, um recorde. E 50 mil imigrantes chegaram às ilhas da Grécia somente em julho, 124 mil em sete meses. O país diz não ter recursos financeiros nem humanos para mantê-los.
Francisco Viana*
A realidade aponta para uma questão: O que é hoje comunicação? Como desdobramento, uma outra pergunta: qual é o papel do comunicador? Quando nos debruçamos sobre a quantidade de presos ilustres que se sucedem nos cárceres da Operação Lava Jato em Curitiba, a primeira pergunta é: para que serviam seus assessores de comunicação? Será que ninguém levantou a questão da vulnerabilidade – para usar uma palavra elegante – dos modelos de negócio ou de gestão da coisa pública? E, se levantou a questão, foi sequer remotamente ouvido?
Se alguém esperava que a semana passada fosse abafar a crise no Brasil e no exterior, errou feio. Agravado pela prisão de José Dirceu, o cenário político piorou. E com ele o cenário econômico não para de colecionar notícias ruins. A indústria que não deslancha. A inflação que continua já a perseguir os mais pobres. Além de uma contínua ameaça de crise institucional, em que não faltaram sequer notas de coluna especulando se Dilma teria rascunhado a “carta de renúncia”.

6 de agosto de 1945. Os Estados Unidos lançam a primeira Bomba Atômica em Hiroshima, no Japão, causando a morte de 140 mil pessoas. Quem não sabia o que seria o Apocalipse pôde ter uma ideia no momento em que o Enola Gay, avião bombardeiro B-29 americano, lançou o artefato sobre a cidade que estava amanhecendo. A partir daí, não apenas o Japão se rendeu, mas o mundo nunca mais foi o mesmo. Três dias depois, o mesmo inferno caiu sobre outra cidade japonesa, Nagasaki, com mais 74 mill mortes. Sem falar nas pessoas que morreram depois.









