A crise dos Correios repete erros do passado
O que aconteceu com os Correios? Houve época – acreditem – em que as pesquisas que apontavam as instituições de maior credibilidade do país, mostravam no topo, tradicionalmente, os bombeiros, a Igreja e os Correios. Em 2002, pesquisa da FIA/USP sobre confiança das instituições brasileiras, colocava os Correios em segundo lugar, com 93% de aprovação, atrás apenas da “família”, com 94%. Manteve essa reputação mais alguns anos, mas já enfrentando crises graves.
A fabricante japonesa de veículos Mitsubishi reconheceu hoje (20), no Japão, que manipulou dados sobre eficiência energética de seus miniveículos, os chamados "kei cars". A fraude afeta cerca de 625 mil automóveis desse tipo vendidos no Japão.
O Brasil vai muito mal quando se trata de liderança. É patético e triste ver neste momento o comportamento de quem deveria ser a principal líder do país: a presidente da República. Votos não têm o condão de outorgar a alguém o dom da liderança, lamentavelmente. Líderes autênticos não precisam de votos para comandar, para seduzir, para encantar e mudar o mundo. A história está cheia de exemplos. Luther King, Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce não exerceram cargos eletivos.
Não importa o tamanho da empresa ou a natureza da organização. Todas hoje vivem o drama de “estar” ou não presentes nas redes sociais. Quem está fora sofre a síndrome da ausência, como se a empresa estivesse alienada do mercado, pelo fato de não participar das mídias sociais.
Quem se estruturou e resolveu entrar nesse mundo novo sofre outro tipo de ansiedade: o medo de se expor ao escrutínio imediato e superficial do mercado; cometer um erro e ter a reputação ameaçada por algum cliente insatisfeito; por ações legais do governo ou de órgaos reguladores; ou, pior ainda, sofrer um ataque de hackers, crime cada vez mais comum, e ter milhões de dados dos clientes vulnerabilizados.
Não bastassem as revelações dos desvios bilionários feitos na Petrobras por quatro diretores que estão presos; não bastassem compras de ativos podres, como a usina de Pasadena no México; não bastassem gastos bilionários em projetos megalômanos, que não se viabilizaram com a crise ética e financeira da empresa, como o da empresa Sete Brasil e outras, quanto mais se abre a caixa preta da Petrobras, mais nos surpreendemos com a incompetência, a leniência e a falta de compromisso das gestões que comandaram a empresa entre 2003 e 2014.
A falha de segurança da Bélgica nos atentados que vitimaram 35 pessoas no aeroporto de Bruxelas e num vagão do metrô, no último dia 21, ficou evidente. E levantou uma questão delicada para os vizinhos da União Europeia. A incapacidade da polícia e do serviço de inteligêncxia da Bélgica para investigar, conduzir e conter a ameaça terrorista. O fato desgastou o governo belga e levou dois ministros a pedirem demissão - não aceita - logo após a tragédia.
A reputação é o ativo mais precioso de uma organização ou de um governo. Em época de crise, a reputação corre sério risco, principalmente porque o escrutínio da mídia se torna mais intenso. Empresas ou executivos despreparados para enfrentar uma boa relação com a imprensa correm maior risco de comprometerem a marca, o nome da empresa ou o governo por deslizes ou erros cometidos na forma como se relacionam com os jornalistas. Alguns conseguem arranhar a relação definitivamente.
De celebridades a esportistas, de políticos a executivos, todos estão sempre preocupados em se apresentar bem para a mídia. Não apenas pela importância da imagem corporativa, mas também para preservar a própria imagem. Alguns, adotando a postura errada do “low profile” somem nos momentos decisivos e deixam a mídia escrever o que quiser. Outros, mesmo sem treinamento, enfrentam câmeras, jornalistas e coletivas no peito e na raça. Pagam para ver e às vezes se dão mal.