A crise do INSS expõe a incompetência do Estado como gestor
O desvio bilionário de recursos dos aposentados, por descontos não autorizados nos salários, geridos por sindicatos, entidades associativas de aposentados, e até funcionários públicos ligados ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), é um dos maiores escândalos financeiros na área pública do país, nos últimos anos. O assalto aos salários dos aposentados evidencia a dificuldade dos órgãos públicos em geral, de fazerem uma gestão correta dos recursos públicos. Essa fraude escancara também a inépcia dos gestores em usar mecanismos de controle, que impedissem que organizações criminosas utilizassem métodos excusos para ingressar no sistema de pagamentos do INSS.
Relatório do Institute for Crisis Management (ICM), dos EUA, relativo às notícias de crises do ano de 2021, classificou o período como “o ano das catástrofes”. Em 2021, a face da crise empresarial mudou ainda mais, pois as ameaças globais influenciaram muitas categorias de crise. A pandemia do COVID-19 continuou a dominar as manchetes, mas o ICM viu algumas mudanças interessantes em outras categorias. O Relatório, com a pesquisa anual de crises de determinado ano, baseado nas notícias desses eventos, é divulgado no primeiro semestre do ano seguinte, geralmente em maio. A pandemia postergou um pouco a divulgação neste ano.
“Falar em risco subentende o potencial de causar dano ou, de forma mais genérica, a potencial exposição à perda. Quando definimos crise, uma palavra sempre costuma aparecer, como se não fosse possível falar sobre crises corporativas sem sua sombra: ameaça. A crise quase sempre representa uma ameaça severa aos resultados de um programa de governo, a uma corporação, a um negócio. A noção de ameaça é inerente à discussão sobre risco. Com gerenciamento de risco, eu reduzo o nível de ameaça”. (1)
Uma pequena cidade do Texas, EUA, perto da fronteira com o México, vive até hoje o pesadelo do atentado de 24 de maio, quando um jovem de 20 anos entrou numa escola fundamental de Uvalde e matou 19 crianças e dois professores. Foi mais um capítulo na triste história americana de violência em escolas, casas de diversões, no transporte e até em unidades militares, por meio de atentados.
No fim de junho, reportagem do jornalista Rodrigo Rangel, do site Metrópoles, de Brasília, começou a desnudar um tipo de crise muito comum, nos tempos atuais, mas que, de certa forma, passa despercebida e oculta nas organizações, até que uma eventual denúncia ou a coragem das vítimas a exponha como escândalo na imprensa ou nas redes sociais. Estamos falando das crises por assédio sexual e moral. Como exemplos, temos o caso do famoso médium João de Deus, em Goiás, conhecido como “milagreiro”, que curava pacientes do Brasil e do exterior; também com o médico Roger Abdelmassi, famoso ginecologista, em São Paulo, preso e condenado a 278 anos de prisão por mais de 50 acusações de estupros contra 39 mulheres; e tantos outros casos, no Brasil e no exterior.
O Comitê do Senado americano, criado após a invasão do Capitólio, em janeiro de 2021, fez a primeira audiência pública em 9 de junho. E o que emergiu dos relatórios, depoimentos e inquéritos é de envergonhar a chamada maior democracia do mundo e chocar, quem imaginava que os EUA eram imunizados a espasmos golpistas à la América Latina. O Comitê deu ao episódio o nome correto: tratou-se de uma tentativa de golpe.
Três publicações ajudam gestores a enfrentar os problemas
No momento em que os Estados Unidos, em menos de seis meses este ano, tiveram mais de 200 atentados a tiros, grande parte em ambientes escolares, convém se deter sobre a gestão escolar e por que essas instituições se tornaram cenários de tantas crises, não apenas naquele país. As rápidas mudanças de costumes das novas gerações, as novas tecnologias e as cobranças cada vez mais severas ao processo educativo jogaram as escolas num caudal de problemas, onde a violência é apenas uma das faces dessa crise. Se no Brasil não temos um quadro tão grave quanto nos EUA, não significa que as crises aqui sejam menores.