A crise do INSS expõe a incompetência do Estado como gestor
O desvio bilionário de recursos dos aposentados, por descontos não autorizados nos salários, geridos por sindicatos, entidades associativas de aposentados, e até funcionários públicos ligados ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), é um dos maiores escândalos financeiros na área pública do país, nos últimos anos. O crime escancara a incompetência dos órgãos públicos em geral, de fazerem a gestão correta dos recursos do Tesouro Nacional. Em uma grande empresa privada, com boa governança e gestão financeira, se fato similar ocorresse, muito provavelmente o ‘compliance’ ou a diretoria de gestão de riscos teriam descoberto. Essa fraude escancara também a inépcia e irresponsabilidade dos gestores em usar mecanismos de controle, muitos nomeados sem experiência, apenas por indicações políticas e outros interesses.
A tragédia é ainda muito recente para uma análise mais detalhada. Mas o acidente com o navio Costa Concordia, no litoral da Itália, na noite de sábado, expôs o que os especialistas em gestão de crises cansam de alertar.
O preço das ações de uma empresa pode não ser tudo, mas para muitas organizações não há nada que possa vir em segundo lugar. Novas pesquisas mostram que a tomada de decisão, muitas vezes, não leva em conta ou subestima problemas ou eventuais ameaças à marca da organização, embora o impacto dessas ameaças possa repercutir na reputação e no valor de mercado.
Novo ano, velhos escândalos. Nem bem o ano começou, a mídia brasileira (sempre ela) não perdeu tempo. Denunciou favorecimentos na distribuição de verbas para minimizar os efeitos das enchentes, envolvendo o ministro da Integração Nacional. A guerra do trânsito continuou a matar, pilotada por motoristas alcoolizados, sempre impunes, fruto de uma legislação branda e de uma fiscalização deficiente.
Se o mundo viveu um dos anos mais marcantes, desde 1989, no Brasil não foi diferente. A estréia da primeira mulher na presidência da República trouxe a esperança de novos ares na política. Não demorou muito para se perceber a mudança do estilo de governar e até se comunicar. Mas práticas, métodos e pessoas em torno do governo eram os mesmos.
Um ano para ninguém botar defeito. 2011 conseguiu superar 1989 pelas profundas mudanças ocorridas no mundo. Verdadeiros muros de despotismo, privação da liberdade, corrupção e silêncio foram quebrados. Pelo menos em vários países árabes.
Fim do ano, mídia, governos e empresas fazem uma retrospectiva dos últimos 365 dias. Fatos marcantes nas áreas política, econômica, científica e nas artes são rememorados, principalmente aqueles que ficarão na história.