Natal bom"Nesta época do ano, estamos constantemente lembrando sobre como dar presentes e vendo as pessoas correndo na tentativa de encontrar a coisa certa para os seus entes queridos. Mas eu estou pensando nos presentes intangíveis que também se pode receber no Natal e em momentos diferentes em nossas vidas.

Entre eles estão o poder do exemplo, da inspiração, do incentivo, da orientação, do tempo, e de muitos outros que podemos lembrar. É engraçado como os pensamentos aleatórios em algum momento vêm à mente, sem qualquer razão aparente. Certa manhã, ao fazer a barba, tais pensamentos me ocorreram e surgiu a imagem de um casal que me influenciou na minha adolescência. Eu não tenho idéia de por que eu estaria pensando neles nesta ocasião incomum, muitos anos depois.

Lendo uma meditação diária mais tarde, naquela manhã, o texto me surpreendeu. O artigo, intitulado "Heróis improváveis", perguntava ao leitor a "lista de duas pessoas que tenham ensinado algo importante a você e que você ainda usa". A lista também deveria incluir "quatro amigos que o ajudaram em um momento difícil em sua vida" e "um vizinho que fez seu bairro um lugar melhor para se viver", e assim por diante.

O objetivo do exercício foi o de ajudar os leitores a perceber que as pessoas que vemos na televisão ou sobre as quais lemos notícias nos jornais, como heróis esportivos ou figuras políticas, não são susceptíveis de ser aqueles que você irá se lembrar mais tarde na vida. As pessoas cujos nomes nos lembramos são aquelas que identificamos como sendo influentes em nossas vidas de alguma forma. Estas são as "pessoas comuns que ajudaram a moldar nossas vidas".

O casal a que estou me referindo, neste caso, é o Dr. Mac e Shirley Beck, ambos já falecidos. Oh, não foi por nenhum ato grandioso ou heróico que eles fizeram, mas sim, pelo exemplo que eles me deram. O Dr. Mac organizava e treinava a equipe de basquete e a sra. Shirley ensinava música. Ambos desempenharam um papel positivo de modelo ou exemplos para os adolescentes como eu, em nossa pequena comunidade, no início da década de 1950. Acho que o que eu aprendi com isso, embora muitos anos depois, é o valor e a importância de compartilhar o seu tempo, talentos ou dons com os outros.”

David MacCallum, Editor do The Guardian, na Carta do Editor da edição de Natal.

Neste Natal, talvez mais importante do que os presentes baratos ou caros que compramos e pretendemos dar para amigos, parentes, ou aos mais próximos como pais, irmãos, filhos, netos, seria interessante perguntar: o que eu tenho feito para que daqui há muitos anos eu seja lembrado por essas pessoas? Esse sim, é um valor intangível, que nem o tempo, nem o dinheiro, ou outros presentes, por mais caros e desejados possam ser, podem substituir.

Feliz Natal a todos os leitores e que 2014 seja um ano sem crises ou pelo menos com crises que possamos administrar.

João José Forni

Editor                                                                                                          

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