walmart bomExecutivos, CEOs, principalmente de grandes empresas, pensam que o tempo pode ser aliado, quando empurram o lixo para baixo do tapete. Mas os esqueletos, quando menos se espera, podem sair do armário, como se fossem fantasmas, prontos para assombrar a reputação deles e das corporações. Malfeitos, cedo ou tarde, vêm à tona.

Esta semana o New York Post, de Nova York, denunciou que o CEO do Walmart, Mike Duke, sabia, desde 2005, de acusações contra membros da companhia de terem pago propina a autoridades mexicanas para facilitar a instalação de lojas no país.

As acusações vieram à tona em abril do ano passado, pelo New York Times, que denunciou como a multinacional atropelou a legislação, por meio de suborno, para instalar lojas em locais estratégicos do México.O mais grave na denúncia do Times é que o Walmart teria enviado investigadores ao México e constatado pagamentos que poderiam chegar a US$ 24 milhões em subornos, mas a empresa teria silenciado sobre o processo e deixado de notificar as autoridades dos EUA e do México para aplicação da lei.

Em dezembro, o NYT publicou outra história com mais detalhes sobre o modus operandi do escritório do Walmart no México, que teria oferecido vultosos pagamentos para subornar autoridades e obter favores, proibidos pela lei americana. Como no Brasil, a mídia sempre acaba descobrindo esses segredos bem guardados e aprofundando as investigações. E então, acaba virando uma crise grave.

A informação agora coloca o CEO do Walmart no meio da fogueira. Os congressistas americanos, do Partido Democrata, Elijah E. Cummings e Henry A. Waxman, liberaram emails mostrando que o CEO do Walmart foi informado múltipas vezes, no início de 2005, sobre as propinas utilizadas no México. As leis americanas proíbem companhias americanas de oferecer propinas como forma de obter favores para facilitar negócio. É crime. Os emails teriam sido obtidos de uma fonte confidencial. Sempre há alguém disposto a vazar.

Em um dos emails, de outubro de 2005, o Conselheiro Geral do Walmart, Thomas Mars, alerta o presidente sobre as acusações: “Você deveria ler isto. Estou disponível para discutir os próximos passos”. Os legisladores do Congresso disseram, numa carta escrita ao CEO do Walmart e liberada à imprensa, que “seria um tema muito grave se um CEO de uma das maiores companhias do pais tivesse falhado em conduzir as acusações de um esquema de propina “.

Mesmo com as acusações vindo à tona, em abril de 2012, o Walmart teria falhado em notificar a Justiça de que membros da empresa autorizaram milhões de dólares em subornos no México para acelerar a construção de lojas e obter favores legais. O Walmart estaria trabalhando com membros do governo nos EUA e México sobre a investigação. A empresa teria conduzido uma investigação interna.

Em novembro, executivos do Walmart disseram, numa audiência com membros da Securities and Exchange Comission, dos EUA, que estavam examinando também possíveis violações da lei sobre suborno no Brasil, na China e na Índia.

Brooke Buchanan, porta-voz do Walmart, distribuiu um Comunicado, na quinta-feira (10), dizendo não haver novas informações na carta dos deputados e que estavam providenciando informações ao Departamento de Justiça e à Comissão, incluindo documentos que foram divulgados pelos legisladores.

O porta-voz disse também: “Nós estamos empenhados em ter um forte e efetivo programa global anti-corrupção em todos os lugares onde operamos e em ter uma ação apropriada, por qualquer instância que não siga nossos procedimentos de compliance.” Em abril de 2012, a revista Forbes, com base em casos semelhantes aplicados a outras empresas, informou que o escândalo poderia custar até US$ 4.5 bilhões em multas e penalidades ao Walmart, o que de pronto derrubou as ações da companhia.

Outras informações sobre o tema

New York Times: O corredor do suborno, como o Walmart conseguiu se instalar no México

New York Times: Vast Mexico Bribery Case Hushed Up by Wal-Mart After Top-Level Struggle

New York Times: Walmart jura consertar seus controles

New York Post: CEO do Walmart sabia de propina no México desde 2005: emails

Forbes: escândalo no México poderá custar US$ 4.5 bilhões para Walmart

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