crimes_virtuais_umNão há dúvida. A internet chegou e facilitou muito nossa vida. Se, por um lado, propicia conforto e praticidade na rotina diária, por outro, o ambiente virtual virou um território sem lei para a atuação das quadrilhas especializadas em dar golpes nos usuários.

Há um autêntico bombardeio diário nos e-mails pessoais com armadilhas enviadas por fraudadores e estelionatários virtuais. Com um pouco de astúcia, pode-se driblar essas ameaças. Eles são muito espertos para bolar os golpes, mas as armas utilizadas são cheias de furos. Basta se deter nas mensagens enviadas para perceber que nenhuma empresa séria, principalmente bancos, empresas de cartões de crédito, de TV a cabo, companhias aéreas ou repartições públicas enviariam aqueles e-mails repletos de erros de português. As mensagens chegam a ser grotescas. 

Empresas de renome jamais enviam e-mails desse tipo. As mensagens institucionais são fáceis de identificar e nenhuma empresa pede dados pessoais ou solicita "clicar" em qualquer endereço para atualizar dados. Essa é uma técnica manjada. Só os mais incautos ou inexperientes caem. Mas todo o dia essas quadrilhas descobrem outras maneiras de burlar e descobrir dados pessoais do internauta. 

Tornou-se comum o meliante ligar para empresas bancárias, de cartões de crédito, provedores de internet, programas de fidelidade ou sites de compras e se passar pelo titular da conta. Solicita troca da senha ou outras facilidades. Mas como? É tão fácil assim? Lamentavelmente é. 

Apesar do ritual de "identificação" e da advertência "esta ligação pode ser gravada", os fraudadores não se acanham em se passar pelo cliente e alterar dados, solicitar novos cartões, mudar endereços. Os dados pessoais são muito fáceis de achar. Nome, filiação, CPF, telefones e endereços, data do nascimento são todas informações que nós acabamos deixando por aí. É como um rastro, fácil de ser descoberto e usado. 

Informações pessoais hoje são solicitadas em qualquer registro ou cadastramento em lojas, hotéis ou repartições públicas. Ali você já entregou quase todos os dados para a quadrilha. O que faltar, eles conseguem na própria internet. Um curriculum aqui, uma ficha de inscrição acolá. Você continua deixando rastros. E eles vão atrás. Fica, portanto, muito fácil se passar pelo titular no telefone. 

Mas não basta só o usuário tomar precaução. As empresas também têm falhas gritantes de segurança. Administradoras de cartões de crédito, TV a Cabo, provedores de internet, apenas para dar alguns exemplos, são alvo de meliantes que se identificam como o titular, informam os dados principais, alteram senhas e começam a causar um estrago na vida do cidadão. Até o endereço do titular eles mudam. E recebem senhas pelo e-mail que eles mesmo transferiram para seu próprio nome. Até o titular descobrir, o prejuízo já se consumou. 

As empresas falham, por não terem um serviço adequado de prevenção, por não checarem os dados. Elas também são vítimas das quadrilhas, mas porque têm esquemas de segurança e prevenção muito frágeis. 

A facilidade como qualquer um usa o telefone para se passar pelo titular de contas encontra respaldo na ineficiência dos controles dessas empresas. Para trocar uma senha, por exemplo, de um programa de fidelidade de uma empresa aérea, basta preencher nome, CPF e data do nascimento do titular. Nada mais. Essa informação está em qualquer lugar por onde alguém se cadastrou. É muito fácil obter. A senha vai para o e-mail do titular. Só que esse também foi violado, invadido. 

Cada vez mais os usuários da internet precisam se precaver. Além de um bom antivírus no computador, é preciso selecionar com cuidado os emails abertos. Não abrir arquivos de origem desconhecida e não embarcar em ofertas tentadoras. Ninguém dá nada de graça na internet. Se a esmola é demais, desconfie. Por trás do link está uma armadilha para capturar os dados do usuário.

E ninguém está a salvo dos golpes virtuais. No início do mês foi revelado pela empresa de segurança de tecnologia McFee que uma operação de espionagem online, que durou muitos anos, penetrou em 72 governos e outras organizações, em sua maioria nos EUA. Essa invasão permitiu a cópia de segredos militares e designs industriais. Se nem as grandes potências do mundo conseguem ficar imunes a esses ataques, como poderemos nos precaver, diante da imperiosa necessidade de utilizar a internet no dia-a-dia?

Relatório divulgado pela Symantec (responsável pelo antivírus Norton) sobre o ano de 2010, publicado recentemente, mostra que, durante o ano, ataques de hackers causaram prejuízos de mais de 388 bilhões de dólares. Cerca de 100 bilhões de dólares a mais do que o tráfico de drogas. 

Quem deve proteger os próprios dados é o usuário. Por mais mecanismos de alerta utilizados, o cuidado com o email e a prevenção em utilizar cartões de crédito e dados pessoais em sites seguros é uma das formas de correr menos risco. Mesmo assim, a forma mais radical para evitar ser vítima de crime virtual é não viver conectado. Convenhamos, essa é uma opção radical. É como evitar sair à rua para não ser atropelado. 

No admirável mundo novo das tecnologias, não há espaço para ingênuos. Ou o internauta se acautela e cerca todos os portões de entrada do seu email ou página na internet. Ou terá o dissabor de ver sua privacidade ameaçada por quadrilhas especializadas. A polícia não consegue acabar com elas, porque são como uma praga. Enquanto uma é descoberta, outras duas estão tramando o próximo ataque. As empresas que deveriam ajudá-lo a preservar sua privacidade são muito eficientes para cobrar. Mas ineficientes e relapsas na hora de proteger os dados do cidadão. 

O que são crimes virtuais?*

Crimes virtuais são os delitos praticados através da internet que podem ser enquadrados no Código Penal Brasileiro e os infratores estão sujeitos às penas previstas na Lei.

  • Phishing - É quando informações particulares ou sigilosas (como número do CPF, da conta bancária e senha de acesso) são capturadas para depois serem usadas em roubo ou fraude. Em inglês, pronuncia-se “fíchin” .
  • Ameaça – É crime escrever ou mostrar uma imagem que ameace alguém, avisando que a pessoa será vítima de algum mal ainda que seja em tom de piada ou brincadeira. Mesmo se isso é feito de maneira anônima, é possível para a polícia e para o provedor descobrir quem foi o autor da ameaça.
  • Difamação, injúria e calúnia – São crimes contra a honra. Podem ocorrer nas redes sociais, por exemplo, se alguém divulgar informações falsas que prejudiquem a reputação de outra pessoa, ofendam a dignidade do outro ou maldosamente acusem alguém de criminoso, desonesto ou perigoso.
  • Falsa identidade – Ocorre quando alguém mente seu nome, idade, estado civil, sexo e outras características com o objetivo de obter alguma vantagem ou prejudicar outra pessoa. Pode acontecer numa rede social, por exemplo, se um adulto mentir de má fé e se fizer passar por um adolescente para se relacionar com usuários jovens.
  • Discriminação –Escrever uma mensagem ou publicar uma imagem que seja preconceituosa em relação a raça, cor, etnia, religião ou origem de uma pessoa. Isso acontece mais frequentemente em redes sociais – é só lembrar das comunidades do tipo “Eu odeio…”
  • Estelionato – Ocorre quando o criminoso engana a vítima para conseguir uma vantagem financeira. Pode acontecer em sites de leilões, por exemplo, se o vendedor enganar o comprador recebendo o dinheiro da transação sem entregar a mercadoria.
  • Pirataria – É copiar ou reproduzir músicas, livros e outras criações artísticas sem autorização do autor. Também é pirataria usar softwares que são vendidos pelas empresas, mas o usuário instalou sem pagar por eles. A pirataria é um grande problema para quem produz CDs, filmes, livros e softwares. Na área de informática, aproximadamente 41% dos softwares instalados em todo o mundo em 2009 foram conseguidos ilegalmente . 
  • Crimes realizados através da internet podem levar a punições como pagamento de indenização ou prisão. As punições para menores de 18 anos são diferentes, mas elas existem – pode ser prestação de serviços à comunidade ou até internação em uma instituição. 

*Fonte: http://www.internetresponsavel.com.br/professores/o-que-sao-crimes-virtuais.php

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