modeloAs corporações procuram todas as formas de promover e preservar a imagem. Gastam fortuna todo dia. Por isso,  estão atentas a fatos que possam gerar crise. Mas ainda teimam em cochilar e cometer gafes ou erros primários. Resultado: atrapalham-se e precisam ser rápidas para não mergulhar na crise. Quando tentam apagar o incêndio, nem sempre fazem da forma mais correta.

Em maio, a Adidas precisou explicar por que fazia uma festa em uma casa com símbolos nazistas, no Rio de Janeiro. Blogueiro esperto observou a coincidência e fotografou azulejos na piscina, fotos de oficiais nazistas e símbolos e postou-as no seu blog. Resultado, a empresa se meteu numa tremenda saia justa e veio a público meio constrangida. A explicação da Adidas e da empresa organizadora da festa não convenceu.

Agora é a vez da easyjet, tradicional empresa de voos baratos da Europa.  A companhia resolveu recolher 300 mil exemplares da sua revista de bordo para amenizar uma crise. A publicação trouxe um editorial de moda com fotos de modelos feitas no Museu do Holocausto, criado em memória de judeus mortos na Segunda Guerra, em Berlim. Ela foi acusada de vulgarizar do genocídio.

Após protestos da comunidade judaica, principalmente na rota de Tel Aviv, a empresa divulgou um pedido formal de desculpas por usar o Museu como cenário. Porta-voz da easyjet disse que a empresa gostaria de “pedir desculpas profundamente a qualquer pessoa que tenha se sentido ofendida pelas fotos inapropriadas feitas no Memorial do Holocausto em Berlim”.  Eles se penitenciaram por ter feito o ensaio,  considerando que “foi inapropriado e insensível, e esperamos que não tenha ofendido ninguém”. O porta-voz não esclareceu por que a empresa demorou a se dar conta da gafe, descoberta por passageiros.

O que surpreende, de novo, a exemplo do que fez a Adidas aqui no Brasil, é o argumento da easyjet para se justificar. A revista é produzida por uma agência externa e a companhia não tinha ideia do conteúdo publicado na edição de novembro. Esse é um argumento velho, que não tem o mínimo sentido. Como uma empresa aérea coloca 300 mil exemplares de uma revista a bordo, para os passageiros lerem, e não conhece o conteúdo?

Em nota, a easyjet afirma que vai rever o contrato com a agência, diante de tamanha gafe. Mesmo assim, o erro teve grande repercussão na mídia britânica, porque o tema é muito sensível na Europa.

A empresa INK, editora da revista, achou um argumento. Disse que a intenção foi, não apenas promover os talentos de design local, mas encorajar as pessoas a visitar o memorial. De qualquer forma, é um assunto que mexe com feridas ainda não cicatrizadas, por isso a reação dos leitores, que protestaram. Um internauta chegou a dizer, num site germânico: Qual será a próxima? Uma foto posada em Auschwitz? O memorial, que custou US$ 32 milhões, foi inaugurado em maio de 2005 e é um dos centros mais visitados por pessoas que querem entender melhor a Segunda Guerra.

Comunicado da INK – empresa editora - publicado no site.

Ink Publishing sincerely apologises to anyone who may have been offended by the fashion shoot in the November issue of easyJet inflight, in which a model is photographed in front of Berlin's Holocaust Memorial. Far from trivializing the Memorial, on the contrary the intention was to encourage passengers to visit for themselves.

The aim of each monthly shoot is to highlight an easyJet destination and tell a relevant narrative. The shoot was intended to not only promote local design talent and the city itself, but to raise awareness. From an educational perspective, it is of the utmost importance that visitors to Berlin see the Jewish Museum (who gave us written permission to shoot in their grounds) and Holocaust Memorial first hand. We absolutely regret any offence caused.

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