Redes sociais ilustracaoEsta semana, o poderoso CEO (principal executivo) do Google, Eric Schmidt, afirmou, em entrevista a alguns jornais, que num futuro próximoque num futuro próximo, os jovens poderão mudar seus nomes para escapar do “ciberpassado”, quando chegarem à vida adulta.

Ele alegou que as questões de privacidade no mundo atual vão muito além do Google, porque os jovens ainda não se deram conta do que pode representar no futuro vídeos, fotos e textos que deixam postados nos sites de relacionamento.

Não é a primeira vez que os gurus da internet abordam esse tema. Até porque o Google está recebendo questionamentos de vários países exatamente por acusações de violação de privacidade. Alemanha, Canadá, França e outros sete países questionam a política de privacidade do Google. O Street View, programa do Google que permite visualizar imagens de cidades, ruas e prédios, como se o usuário estivesse caminhando por elas, até mesmo os pátios, instalações industriais e militares, já responde por ações em vários países.

O Facebook atingiu 500 milhões de usuários há duas semanas. Armazena informações pessoais, bate-papos, vídeos e fotos de uma população da dimensão do terceiro país do Planeta. Essa rede também vem sendo questionada por ter se descuidado e deixado vazar dados pessoais de milhões de internautas. Se você pensa que impostar login e senha lhe dá segurança, esqueça. Seus dados de repente podem estar abertos a qualquer pessoa, como aconteceu recentemente com os alunos do Enem, aqui no Brasil, no início do mês.

No Rio G. do Sul, no fim de julho, um casal de namorados menores expôs intimidades, por meio da twitcam, a câmera da rede social Twitter, permitindo que milhares de internautas acompanhassem sua performance.  Essa facilidade de expor as próprias ações, em vídeos, fotos ou textos pelo Twitter, que em fração de segundos espalham-se pela globosfera, acaba sendo um estímulo a quem gosta de se expor, sem medir as conseqüências do ato. Resultado: a brincadeira irá custar caro às duas famílias.

O problema está no futuro. A não ser por decisão judicial, você não conseguirá apagar da rede liberalidades autoconcedidas na juventude. É pior do que tatuagem, que pelo menos poderá ser tirada com uma plástica. Na rede, tudo fica armazenado e um dia esse fantasma poderá assombrá-lo. Principalmente quando você concorrer com outros candidatos.

- Não acho que a sociedade compreenda o que acontece quando tudo está gravado e disponível para todos o tempo inteiro - disse Eric  Schmidt. Ou seja, nem o próprio dirigente do Google consegue dimensionar o fato de que hoje todos nós temos todos os nossos atos gravados ou monitorados. Os governos, agências de serviço secreto e órgãos de repressão ao crime organizado podem monitorar qualquer cidadão. Meios é que não faltam. Tanto faz ser por celulares, bilhetes eletrônico de transporte, câmeras em lojas, ruas e repartições públicas, quanto pelo cartão de crédito ou cartão de loja. Ou seja, você não consegue fugir do Big Brother, o grande irmão que tudo vigia, como preconizava o genial George Orwell.

Mas os jovens, principalmente, não se convenceram disso. É também Schmidt que afirma Se tem algo que você não quer que as pessoas saibam, talvez você não devesse ter feito isso para começar. Se você não quer que algo seja publicado, explorado negativamente contra você, não faça. Só há uma maneira de garantir que não sejam publicadas imagens constrangedoras, se você não tomou os devidos cuidados: não fazer, não dizer nada.

Há um consenso entre os especialistas de comunicação que os usuários não se deram conta ainda no risco de colocar informações e fotos pessoais e da família nas redes sociais. Já existem registros de pessoas que foram questionadas, na hora da concessão do visto para ingresso em outros países, por informações postadas no Orkut. Poderia até ser brincadeira, mas o que foi escrito lá, ficou registrado e será cobrado.

A Microsoft também informou que nos Estados Unidos, 75% das empresas de recrutamento recomendam pesquisas on line sobre a vida do candidato. E nesse mesmo contexto, 70% das empresas americanas de recrutamento já recusaram candidatos por fotos, vídeos ou dados encontrados nas redes sociais, blogs ou sites da web.

Portanto, alertar sobre os cuidados com o que os usuários postam na rede não é paranóia. É a dura realidade. Se existe tanto cuidado em fornecer os dados para estranhos, o que inclui aquelas fotos pessoais que você não daria para ninguém, saiba que, ao colocar no Orkut ou no Facebook, você acaba de oferecê-las para milhões de pessoas. Elas podem fazer com esses dados o que quiserem.

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